Vaticano ataca o filme A Bússola de Ouro.
Um editorial divulgado pelo diário do Vaticano, I’Osservatore Romano, simplesmente excomungou o filme A Bússola de Ouro.
De acordo com eles, o filme incita o ateísmo e desrespeita todas as religiões. Mais: mostra um mundo sem esperanças: não existe salvação senão na capacidade pessoal e individualista de controlar a situação e dominar os acontecimentos. Ora essa, que novidade não? O que querem ensinar às crianças, esses religiosos? Não façam nada, não tentem por vocês mesmos, apenas peçam porque serão atendidos, seja pela fada do dente, o coelhinho da páscoa, o papai noel ou esse aí, que chamam de Deus.
O interessante, é que na obra original de Philip Pullman, a Igreja era a vilã. A obra original era extremamente contra a igreja católica, explicitamente contra. Mas na versão cinematográfica, aliviaram esse lado para não existir represálias. E o que acontece? Vários grupos católicos pediram um boicote ao filme nos EUA. Eles tem medo de que o filme incentive a leitura da obra original.
Isso que eu acho interessante na doutrina católica. A arma mais importante deles não é a fé, não é a forma como eles doutrinam as crianças, gerando futuros fiéis, não são os argumentos ou milagres relatados. É a cegueira. Sim, a cegueira. A forma como eles conseguem mais poder, é tentado impedir as pessoas de terem acesso ao tipo de coisa que eles não aprovam. Quase um Grande Irmão, criando um alfabeto com menos palavras, para que a subversão não tenha espaço nem em seus pensamentos.
A Liga Católica dos EUA pediu aos cristão não assistirem ao filme, já que o objetivo dele é "prejudicar o cristianismo e promover o ateísmo". O estranho é que se eu pedisse para ninguém assistir: "Maria, a mãe do filho de deus" porque seu objetivo é "prejudicar o ateísmo e promover o cristianismo" ninguém me levaria a sério. O ateísmo é uma forma religiosa, sim. Não no sentido de religare, mas da forma como a maior parte das pessoas pensa em religião hoje em dia: como algo em que eu acredito.
Minha crença religiosa é que não existem nem deus, nem diabo, nem orixás, nem nada sobrenatural neste mundo, e que isso seja respeitado.
Se é essa mesmo a intenção do filme, que seja, respeitem os outros. Os cristãos não são donos do mundo, da mídia, do pensamento coletivo, como eles gostam de pensar. A igreja católica não deveria ter tanta influência sobre os indivíduos. PRINCIPALMENTE EM RELAÇÃO AOS NÃO-CATÓLICOS.
Claro que eu quero assistir o filme, já queria antes dessa notícia.
Mas acho que o Vaticano deveria trabalhar mais com os seus súditos fiéis, e deixar de lado a indústria do entretenimento. Eu sinceramente nunca conheci alguém que se converteu, ou perdeu a fé, devido a um simples filme.
Assista ao trailer do filme:
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